quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O alimento nosso de cada dia...



(Foto: Antônio Cruz/ABr)


Antes da Revolução Industrial, no século XVIII, não havia essa facilidade que nós temos hoje em consumir alimentos dos mais variados tipos. A tradicional galinha, que para ser consumida era abatida no quintal de casa, hoje é denominada apenas de frango e oferecida em escala industrial, sem que o consumidor tenha que sujar as mãos na incumbência de tirar a vida da pobre penosa.

Outros animais como boi e porco também eram um desafio para os pequenos pecuaristas ou criadores com fins de subsistência. O abate era rústico e penoso. Mas ao contrário do tempo atual, os cuidados e alimentação dos bichos eram bem diferentes das rações turbinadas que são oferecidas hoje.

Daí vem a pergunta: você que vai ao supermercado e pega na prateleira uma bandeja de carne, associa aquele produto a um animal que foi abatido? Acredito que muita gente vai dizer que não ter pensado nessa possibilidade.

Daí vem outra indagação: se não houvesse a produção industrial, você colocaria a mão na massa e abateria sua ‘caça’?

De forma menos traumática, colocaria a mão na terra para plantar o feijão, o arroz, as frutas e legumes?

Esses questionamentos vêm à tona para percebemos o quanto a modernidade nos tornou escravos de um sistema produtivo comercial. No mundo que vivemos hoje, seria improvável uma dona de casa sair correndo atrás de uma galinha para tentar cortar o pescoço da ave, bem como um executivo metendo um machado na cabeça de um porco para garantir o almoço da prole.

O cômodo é atração principal do comércio. E o consumidor adora isso.
Mas toda essa comodidade tem um preço. Os alimentos industrializados estão cheios de mistérios e sem o capricho da natureza. Modificados ou não, os reflexos dessa industrialização alimentar podem ser vistos com o monitoramento de nossa saúde. Sódio e açúcar em excesso, estabilizantes, agrotóxicos, gordura e outros venenos.

Nossos jovens estão cada vez mais obesos, diabéticos e hipertensos. Pois é, modernidade nem sempre está associada ao bem.

Espero não ter causado fastio em você.

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